terça-feira, 2 de outubro de 2007
Hair.
A muito tempo eu estou tentando tomar coragem para escrever sobre Hair, é muito complicado falar sobre um filme sem contar sua história, ainda mais quando é um filme tão bom quanto esse, além do que esse filme toca as pessoas de um jeito muito especial é do tipo que você fica querendo entrar e viver junto aos personagens. Não sei nem por onde começar a comentar um dos musicais mais bem bolados que eu já vi. Recomendo e muito que todos vejam esse filme, para saber um pouco mais sobre história e sobre a vida.
O interessante é que apesar de ser uma ciração do brodoay, não é um musical idiota de gente sempre feliz que fala coisas sem sentindo nas músicas e que nada vai acrescentar na sua vida, não! Pelo contrário! É um filme tão político, tão social, tão histórico que eu não conheço ninguém que não gostou do filme após vê-lo. O filme se passa nos EUA, na época da guerra do Vietnã e mostra como as pessoas que iam se alistar no exército nem ao menos sabiam o que estavam fazendo, ninguém sabia o porque de invadir um país como Vietnã, os mais velhos queriam seus filhos e netos na guerra para que eles fossem heróis nacionais, porém havia um grupo muito grande de jovens que sabiam o que os EUA queriam ao invadir aquele país e que se negavam a ir à guerra, eram os hippies. Quem não se apresentasse ao exército depois de recebiada a carta de intimação era preso, porém a segunda cena do filme mostra o que esses jovens "rebeldes" faziam com suas cartas: queimavam, assim ninguém teria provas de que elas foram de fato recebidas.
Já ouviu falar em Jimmy Hendrix? Ele, para não ir à guerra, disse que era homossexual, pois os gays não podiam lutar. Têm duas músicas no filme que falam sobre o preconceito contra homossexuais dentro do exército e que toca também no preconceito racial de ambas as partes: negros e brancos. Os nomes dessas músicas são "Black Boys" que é contada primeiro e "White Boys" que vem logo em seguida, a primeira é cantada por homens e mulheres brancos e a segunda por homens e mulheres negros. Juntamente com as músicas "Colored Spade", "Hair" e "Sodomy", "White Boys" e "Black Boys" são as músicas que mais falam sobre preconceito em suas mais variadas caras: contra negros, contra sexo livre, contra homossexuais, contra os hippies.
O musical fala muito sobre liberdade e da vida que os hippies levavam nos parques públicos dentro das maiorias das músicas, mas gostaria de frisar as músicas "Aquarius", "I Got Life" e "Let the Sunshine In" que são as que mais falam sobre a liberdade que se sente quando a mente e o corpo estão liagods de modo, digamos, psicodélico. O filme não é todo a favor dos hippies, também critica aqueles que deixaram suas famílias para viver de modo marginal (como é o caso de um dos personagens principais) na música "Easy To Be Hard".
É um filme que faz apologia às drogas, porém não é necessariamente um filme que não possa ser visto por menores de idade, pelo contrário, todos deveriam vê-lo! Ele fala das drogas nas músicas "Hashish", "L.B.J." e "Hare Krishna", como se fala de liberdade e de igualdade. Mostra que os hippies viviam o "sex, drougs and rock'n'roll" enquanto os filhinhos de papai andavam de cavalo no parque (sim, no mesmo parque em que os hippies estavam "acampados") e iam à faculdade, o que mostra que mesmo marginalisados esses jovens comprendiam mais do que aqueles que tinham condições e do que a própria sociedade em geral. Se os jovens americanos de hoje em dia fossem tão informados e conscientes talvez a guerra do Iraque não teria acontecido. Talvez a solução seja a marginalização, seja viver a vida fora da sociedade.
Seja rebelde, seja consciente.
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5 comentários:
Confesso que quando eu vi a foto, o poster, enfim.. quando o vi imaginei um daqueles filmes que passam na 'tela quente' durante a madrugada da Rede Globo, mas ao ler percebi que não é exatamente o que eu pensava, mas chega perto.
Concordo com você que um filme como esse deveria passar em todas as escolas norte-americanas para ver se as pessoas de lá conscientizam do quanto as guerras armadas por tropar americanas são pensando em uim jeito de se beneficiar, sempre foi e sempre serão. 'Ver o passado para entender o futuro' e assim será.
Vou ver se acho esse filme para alugar por aqui.
olha, Dih, é muitíssimo melhor do que filme que a globo passa, tanto porque a globo NUNCA passará um filme assim. Vá por mim.
ahuahuaha
alugue sim! :}
É... a globo nunca passa um filme que preste!
Quando eu digo que ela é o fosso cultural da mídia brasileira tem gente que acha ruim!
Mas o filme é realmente muito bom, apesar de eu não concordar com toda aquela apologia às drogas, que, na minha opinião, são também uma forma covarde de aliviar dores e buscar prazeres...
É engraçada a saga do britânico, todo certinho, todo quieto, todo passivo ao mundo. O choque cultural sofrido por ele dá muito o que pensar e comentar.
ah se a maioria dos estudantes americanos tivesse ainda algum resquício daqules estudantes, hippies ou não, da época da Guerra Fria...
Hair é um clássico. Muita gente hoje quando assiste acha ruim (sim, eu conheço quem ache ruim, muito ruim). Isso porque o ritmo do filme é diferente dos que estamos acostumados a ver hoje em dia. Fora isso, é um musical (que também não estamos acostumados a ver). Enfim...passado o choque, o filme vale ser visto por tudo o que Txai falou. Só vou repetir uma coisa que disse no comentário de "Tropa de elite", tudo é parcial. O filme defende mais os hippies sim. Até porque, em grupos enormes (como os hippies na década de 60) sempre existem os que sabem porque estão ali, e os que estão "pelo momento". Então, não se iludam, nem todos os hippies tinham consciência dos males da guerra (entre outros)... Ainda assim, o filme retrata lutas de um grupo de hippies que representam bem os anseios da época (70).
Ah, só para constar, Txai, no fim do post dele, destacou três, das quatro melhores músicas do filme. Vale lembrar que 'Let the sunshine in' e 'Aquarius' viraram ícones, lembrados e cantados até hoje.
=]
NÃO FOI TXAI QUE ESCREVEU, OLHE NO FIM DO POST.
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