quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Cloverfield - O Monstro



Após uma campanha de Marketing de dar inveja a qualquer cineasta do mundo, JJ Abrams (sim, aquele mesmo que criou a ilha perdida no mapa) fez o que ninguém esperava: embolsou todo o dinheiro da mega-estréia e avante nas bilheterias americanas (até aí nenhuma novidade) e decepcionou com um filme rídiculo.

Para você que estava em outro mundo, ou simplesmente não é ligado ao meio de cinema para descobrir a campanha do Cloverfield, eu explico. Nos Estados Unidos, em todas as sessões de exibição do filme Transformers (Do Steven Spilberg) não houve trailers. A Paramount junto com JJ decidiram que iriam passar um vídeo de 2 minutos onde aparecia a estátua da liberdade sem cabeça, um monte de gente correndo e gritando e, claro, muita destruição sem deixar ver a cara de seu atacante.

Ao final do mega-trailer, uma surpresa. Não houve nome do filme nem nada do tipo, apenas apareceu no centro da tela o nome do JJ ABRAMS, que tem uma baita credibilidade e sucesso por todo o mundo, e depois a data de exibição do filme. Só. Não é nem preciso comentar que os primeiros minutos de Transformers não foram de total atenção pelo comentário do trailer que havia passado, porque isso é óbvio. A campanha foi reprisada por toda a internet, site da Paramount, exibições em canais de tv, em programas de sucesso total e até mesmo no iútube.

Agora vamos ao filme. Os produtores acharam interessante o filme se passar por uma sequência amadora, onde um garoto iria estar convenientemente com uma câmera ligada e gravaria todo o ataque e todo o filme se passaria ali, pelas lentes da câmera de 3.2 pixels de qualidade. Tudo começa com a festa de despedida de Rob, um moço que irá viajar para o Japão para esquecer que está apaixonado por Beth, mas não se prenda a esses fatos, eles são relevantes para o restante do filme.

Hud, melhor amigo de Rob, está gravando um documentário para Rod assistir no Japão quando sentir saudade das pessoas que ama, mas na verdade utiliza desse meio para se aproximar de Marlena, de quem ele é apaixonado. Quer dizer, que acho que ele é apaixonado, porque em nenhum momento foi dito que ele era apaixonado, apenas levou a entender, mas ao supor pelo desenrolar do filme, eu não me surpreenderia se na verdade Marlena fosse a filha abandonada pela mãe de Hud quando a mesma tinha apenas alguns meses de vida, e que depois eles iriam se encontrar felizes da vida como irmãos. Muito mexicano? Acredite, os atores fazem parecer que você está mesmo em uma novela mexicana.

Bem, do nada acontece uma grande explosão perto do apartamento onde está aconcendo a festa, então todos vão para a janela para saber do que se trata e percebem que o ataque não é longe dali. Muita correria e diálogos brilhantes de 'Go! Go! Go!' e 'oh My God' e também 'Oh Shit!' duram mais de 5 minutos. E quando você pensa que não poderia piorar, você descobre que o filme inteiro vai se resumir a essas palavras citadas acima. E esse é o diálogo mais inteligente, acredite.

Mesmo que a explosão, segundo a moça do telejornal, não apresentava no momento nenhum mal a população, todos saem correndo do apartamento e chegam a uma rua mais populosa ainda, onde todos estão lá, todos mesmo. Porque, claro, a melhor coisa a se fazer quando está tendo um ataque perto de casa é sair correndo para a rua e se aventurar a ser morto pela mesma, né?

Enfim, ao chegarem na rua eles percebem que a cabeça da estátua da liberdade está no chão. E cá entre nós, é um cabeção! Brincadeiras a parte, Hud filma tudo e voalá, aparece a estátua pela primeira vez sem cabeça. Aproveite muito, mas muito, essa cena, porque ela tem mais ou menos cinco segundos de duração e não mais aparecerá, apesar de esse ser o maior vínculo de divulgação do filme, ele é pouco explorado na trama em si.

E então vocês me perguntam, o porque eles usaram tão pouco a estátua? Eu explico. A Estátua da Liberdade é o marco mais 'nacionalista' americano. Então fazer com que ela perca a cabeça chamaria mais telespectadores para o filme, e isso foi feito. Ao meu ver, eles apenas usaram a estátua para criar mais impacto nas pessoas.

Bem, mais para frente vamos acabar descobrindo que a cidade está sendo atacado por um monstro. O monstro veio de algum lugar, para fazer alguma coisa e cumprar o seu objetivo, se é que ele tinha algum. Se ele vem de Krypton ou do Brooklyn, ninguém sabe. Dai mais tarde eles encontram as versões 'chibis' do mesmo monstro, ou chamados de filhos, contradizendo o que o filme tinha afirmado antes, que era o ataque de apenas UM monstro. Mais para frente eles frissão de novo que é apenas um monstro, vai entender...

Minha grande preocupação ao ir assistir o filme, é de que se o monstro seria realmente mostrado, porque ver um filme inteiro sem poder ver a cara do atacante seria frustrante. Pois bem, eles passam o filme inteiro evitando mostrar ele inteiro, e durante todo o filme ele não será mostrado inteiro. Você verá o ombro, a língua, as patas... e bem no final você irá ver a maior parte do corpo dele, incluindo a cara feia e esbranquiçada. O monstro parece feito por uma menina de cinco anos, com durex, cola branca, massinha para modelar e durepox. O que me intrigou muito após ver o filme, foi descobrir que eles evitaram tanto mostrar o monstro durante o filme e depois simplesmente lançam o boneco do mesmo. Ai Ai Paramount!

Não vou comentar sobre os atores, eles são todos desconhecidos e não monstraram grande potêncial. Porém, se formos levar em conta o que o filme exige (gritos de 'go go go go' e 'oh my god'), eles desempenharam bem até demais.

A única coisa boa do filme é o set de filmagem. O jeito com que deixaram Manhattan destruída é formidável, mas é mal explorado com os lances de câmerda que servem apenas para você: a) ficar com dor de cabeça; b)se perder no meio da correria e tremedeira da mesma; c) não conseguir, de jeito algum, ver o monstro com nitidez.

O final (vocês sabem como eu aposto no final, o filme inteiro pode ter sido uma droga, mas se o final for bom, eu até dou pontos positivo, vocês sabem...) tem uma tentiva frustrada de emocionar e é uma cópia descarada do desfecho de 'A Bruxa de Blair'. Sem falar que deixa de fora a única cena que você realmente vai querer ver após chegar ao fim do filme (a qual eu não vou comentar aqui para não contar o final, é claro.)

Levantei da poltrona do cinema rindo, aquilo só poderia ser uma piada de mal gosta de JJ para ficar mais rico. E eu espero realmente que ele pegue o dinheiro dele e vá para a ilha que não aparece no mapa que ele criou, para ficar bem longe quando as pessoas começaram a ver essa droga enlatada americana.

Não vá assistir, não perca 80 minutos de sua vida que não voltaram jamais. Não vale nem o preço de uma bala de iorgute, que custa em média 3 por 15 centavos. E é isso.

Update: Vocês querem saber uma piada maior ainda? JJ confirmou a produção de Cloverfield 2. Outro desastre está por vir, aguardem!

Nenhum comentário: